O papel do Chief Executive Officer é, em teoria, bastante claro. Trata-se da pessoa responsável pelo destino da empresa e por tomar as decisões finais quando há dúvidas relativamente à estratégia a adoptar. É também, regra geral, um cargo ocupado por uma só pessoa. No entanto, o paradigma parece estar a alterar-se e há empresas a entregar este título a dois gestores.
Numa altura em que a economia de partilha se torna cada vez mais popular, está na altura de se partilhar também a cadeira de CEO – indo além dos automóveis ou casas. Segundo a Fortune, companhias como a WeWork ou a SAP estão a testar este modelo de gestão. Mas será que funciona? Embora alguns analistas se mostrem cépticos, dados apontados pela publicação norte-americano sugerem que os co-CEOs podem ter sucesso.
Em 1997, o ranking Fortune 1000 contava apenas com seis empresas com co-CEOs. Desde então, este número saltou para 15 em 2000 e voltou a descer para apenas um em 2007 e 2008. No ano passado, contaram-se 13 companhias com este modelo de gestão, incluindo Salesforce, Nordstrom e Markel.
Do lado de quem está contra, surgem vozes como a de Emma Zhao, professora de Gestão da University of Virginia. Um estudo elaborado pela investigadora revela que «quando indivíduos de muito poder trabalham com outros indivíduos de muito poder, podem emergir dinâmicas destrutivas, que prejudicam o desempenho». Segundo Emma Zhao, pessoas em cargos de topo não estão habituadas a ter de confirmar as suas decisões e de obter aprovação antes de casa passo.
Estatísticas citadas pela Fortune revelam que estruturas com dois CEOs tendem a ser mais voláteis. A duração média de uma liderança com co-CEOs é de 2,1 anos, considerando o ranking Fortune 1000. Por outro lado, a duração média de um CEO da Fortune 500 no cargo é de 4,9 anos.
Olhando, porém, para outras métricas, os resultados não são tão negativos. O retorno médio para as 57 parcerias de CEO registadas pela publicação desde 1997 foi de 28% versus 14% relativamente aos CEOs do S&P 500.
No mesmo sentido, um estudo de 2011 da Arena revela que o mercado vê com bons olhos a nomeação de dois CEOs em alguns casos. Pode funcionar especialmente bem em negócios familiares ou em empresas com dois fundadores. Também pode ser uma boa opção após fusões, colocando um responsável de cada uma das companhias na liderança.














